Share this...
Share on facebook
Facebook
Share on pinterest
Pinterest
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
Linkedin
Share on whatsapp
Whatsapp
Tom Leão Na Cova do Leão

Um dos mais respeitados jornalistas do Brasil, Tom Leão está na Radiocultfm.com. Sua coluna semanal, NA COVA DO LEÃO, é um olhar felino sobre trilhas sonoras e sons que habitam a alma criativa de Tom. Venha sempre!

NA COVA DO LEÃO

radiocultfm.com

WOODSTOCK

UM SONHO FABRICADO

WOODSTOCK: UM SONHO FABRICADO

  O canal HBO (e também o streaming HBO Max) está exibindo, dentro de sua série de documentários musicais chamada “Music Box”, um formidável capítulo (o primeiro da série) sobre o malfadado – e pouco falado – festival Woodstock 1999. Sinceramente, na época, nem tomei conhecimento deste, que soava apenas como uma exploração final em cima do cadáver do mítico festival original, de 1969. Mas, a coisa foi bem pior do que poderíamos imaginar.

   De forma geral, o festival de Woodstock de 1969 não foi, em essência, o que se vendeu depois, em frases de efeito e posters com simbologias hippies. Os tais ‘três dias de paz e amor’, anunciados no cartaz, escondiam, na verdade, um evento que foi completamente caótico que sofreu com falta de organização e infraestrutura (teve até gente morta!). O festival (bolado por Michael Lang), originalmente, era um projeto da Warner Music, cujo filme foi feito para ajudar a vender a trilha-sonora (dupla e tripla, com nomes como Jimi Hendrix, The Who, Joe Cocker, Santana etc.). Como a repercussão foi maior do que a esperada, o longa foi lançado, mundialmente (editado por um então desconhecido Martin Scorsese!), e acabou sendo, também, sucesso de bilheteria. No fim das contas, quem ganhou com tudo isso, foi a Warner Bros., que, até hoje, fatura em cima do nome e do sonho hippie. E, se a lenda é maior do que a realidade, imprima-se a lenda, claro.

   O nome Woodstock ficou guardado por várias décadas, para não macular a imagem que se tinha dele. Ate que, em 1994, criou-se uma nova edição que, se não foi tão bem sucedida, pelo menos, deixou na memória o selvagem show do Nine Inch Nails.

   A ganancia (os discos continuaram vendendo muito) levou a criação de mais um Woodstock, apenas cinco anos depois, numa base militar desativada, perto do local original. E, esta, provou ser um completo erro de logística e escalação. Além de ter acontecido num verão infernal, num lugar árido e com água a US$4 dólares (caro, até para os dias atuais), seu público foi constituído quase que totalmente por rapazes brancos na casa dos 22-24 anos, prontos para detonar o que fosse (semelhantes aos pitboys cariocas). E bandas e artistas de baixa qualidade, como os reaças Kid Rock e Limp Bizkit, ajudaram a botar fogo na parada, com seus discursos de ódio. Mesmo RHCP, Korn, Offspring, RATM e Metallica, contribuíram para o caos.

   Resultado: o festival teve um número recorde de ataques sexuais e terminou numa grande pancadaria, com destruição das instalações, saques das lojas e um grande incêndio (provocado por velas distribuídas por ONG ‘da paz’) e botou abaixo todo o falso ideal embalado pelo marketing. No fim, parece que a gente está vendo um filme de terror. E o doc, faz jus ao seu nome: “Woodstock 99: Peace, Love and Rage”. Nunca mais teve outro (nem o que comemoraria os seus 50 anos, em 2019). Não precisa. 

TOM LEÃO

Woodstock

Woodstock Music & Art Fair foi um festival de música realizado entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969 na fazenda de gado leiteiro de 600 acres de Max Yasgur, próximo à região de White Lake, na cidade de Bethel, no estado de Nova York, nos Estados Unidos.

Suplemento especial Radiocultfm – por Luck Veloso
Share this...
Share on facebook
Facebook
Share on pinterest
Pinterest
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
Linkedin
Share on whatsapp
Whatsapp