A ‘LUZ’ QUE NOS INDICA O CAMINHO
Chegou aos canais pagos de filmes ‘A música da minha vida’ (‘Blinded by the light’), da diretora Gurinder Chadah (de ‘Driblando o destino/Bend it like Beckham’, 2002), que foi pouco visto nos cinemas daqui. O filme em questão, apresenta um jovem britânico, descendente de paquistaneses, que tem a vida completamente transformada, depois que descobre a obra do americano Bruce Springsteen. É baseada em fatos reais.
Se passa em 1987, quando Javed (Viveik Kalra), jovem aspirante a jornalista, descobre nas letras do Boss (como Bruce é conhecido por seus fãs) a voz para suas angustias, o artista que lhe mostra a ‘luz’. Quantas vezes isso não aconteceu em nossas vidas por conta de um disco ou artista? Bem me lembro, quando ouvi o primeiro álbum do Clash (originalmente, de 1977, mas, aqui, chegou um pouco depois), ali pelo meio de minha adolescência, e me transformei num jovem punk. Aquelas letras, aquelas músicas, aquele visual, tudo ali passava uma urgência incrível, nem precisava de tradução. A gente sentia, simplesmente.
Javed, que mora num bairro proleta, na cidade de Luton, onde não vê a menor esperança para seu futuro (é perseguido por skinheads, seu pai está desempregado). Mas, ele encontra um motivo para ir adiante, através das músicas de Bruce, que lhe dão inspiração para escrever textos, poemas, artigos. O que, futuramente, faria o Javed da vida real, Safrar Manzoor, ser um renomado jornalista musical na Inglaterra. E, eventualmente, o levar a conhecer o ídolo pessoalmente (já assistiu a cerca de 150 shows do Chefão!). E escrever um livro sobre.
É deste livro de Manzoor, chamado ‘Greetings from Bury Park: race, religion and rock n´ roll’ (de 2007), que saiu o roteiro de ‘Blinded by the light’ (que é o nome de uma música do álbum de estreia de Springsteen, ‘Greetings from Asbury Park, N.J.’, de 1973). Até o nome dos lugares, Bury e Asbury, são meio semelhantes!
Às vezes, não é você que escolhe a música. Pode ser, justamente, o contrário. Alguma banda ou artista da música provocou tamanho impacto em sua vida? Se já, aproveite e comenta em nossas redes aqui abaixo. Pode ser revelador.
Tom Leão
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