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The Baggios lança clipe gravado em sua cidade natal; assista

The Baggios no clipe de "Limaia" -  Foto: Fernando Correia
The Baggios no clipe de “Limaia” – Foto: Fernando Correia

Por André Cult A banda The Baggios lançou nesta semana o videoclipe de “Limaia”, faixa do álbum “Vulcão”, que foi indicado ao Grammy Latino em 2019. O vídeo foi rodado na cidade natal do grupo, São Cristóvão (SE) e traz diversas referências ao folclore local. O registro pode ser assistido logo abaixo:

No clipe, Julio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria) e Rafael Ramos (piano, órgão e baixo) percorrem as ruas de São Cristóvão se preparando para o folguedo e atuando no festejo em si, manuseando imponentes limaias – acesas, elas reluzem como uma enorme espada Jedi. Além da banda, moradores também aparecem em icônicos espaços da quarta cidade mais antiga do Brasil, como a Igreja do Carmo, onde fica a sala dos Ex-Votos.

Outra referência é a imagem de Baggio, personagem folclórico da região que deu nome à banda. Ele ficou conhecido por andar pelo local tocando seu violão e usando sempre um macacão jeans sem camisa por baixo.

Junto ao vídeo, a The Baggios confirmou também uma apresentação no Sesc Pinheiros, em São Paulo, no dia 29 de fevereiro. O show vai contar com um naipe de metais e um percussionista acompanhando o trio.

Já entre maio e junho, a banda viaja pela Europa com mais de 28 datas agendadas, em uma turnê realizada pela Brain Productions Book (agência de música do manager da banda, Bruno Montalvão), em parceria à Yummy Tuffles Collective (Itália).

The Baggios no clipe de "Limaia" - Foto: Fernando Correia
The Baggios no clipe de “Limaia” – Foto: Fernando Correia

No intuito de proporcionar uma melhor experiência para assistir o clipe de “Limaia”, confira um glossário de algumas palavras e referências da produção:

São Cristóvão, SE – é a quarta cidade mais antiga do Brasil, e foi lá que nasceu a The Baggios. Julio Andrade, vocalista, guitarrista e fundador da banda é nascido e criado em São Cristóvão. A cidade é conhecida mundialmente pelo seu casario e igrejas históricas, além de ter o mais importante Museu de Arte Sacra do Brasil. Destaque para a Igreja do Carmo, onde fica a sala dos Ex-Votos.

Limaia – O nome “Limaia” vem das limalhas de ferro que são misturadas com pólvora para dar grande brilho ao rojão das espadas. Essa por sua vez é feita de pedaços do caule de bambu ôco, onde é socada uma grande quantidade de pólvora com limalha, argila (para tapar a frente e o fundo da taboca) e amarrada por cordas de sisal para reforçar o bambu. Essa peça de fogo de artifício que corre no chão, zigue-zagueando, é coisa típica do São João nordestino e principalmente em Sergipe, onde há uma tradição de guerra de espadas ou limaias como é conhecido os busca-pés (um tipo de espada que explode) de tamanho avantajado.

Tição – pedaço de lenha ou de carvão aceso ou meio queimado. Serve para acender a Limaia (Busca-Pé).

Candeeiro – utensílio de formatos variados que, contendo líquido combustível e provido de mecha ou torcida, se destina a iluminar.

Ex-Voto (do latim: Por força de uma promessa, de um voto; ou a abreviação de ex-voto suscepto – o voto realizado) é o presente dado pelo fiel ao seu santo de devoção em consagração, renovação ou agradecimento de uma promessa. Geralmente as pessoas reproduzem: cabeças, pedaços de braços, pernas, mãos, pés… coração, tronco, etc e depositam dento de uma sala especial na Igreja do Carmo, em São Cristóvão.

Pisa-Macio – é uma bebida típica da cidade de São Cristóvão, foi criada por Seu João há mais de 30 anos em São Cristóvão e é composta de cachaça limpa, limão, canela, mel e cravo.

Caceteira – A Caceiteira de Mestre Rindú, existente há mais de 130 anos, criou o ritual do cortejo para festejar a entrada do seu principal mês (Junho, o mês do São João). Com esse cortejo originou-se a festa do mastro da cidade, onde os moradores buscam na mata uma árvore velha e a colocam no meio de uma praça, penduram prêmios diversos e armam uma fogueira ao redor do seu tronco, cantando e batucando até a madrugada, esperando o mastro cair e assim garantirem seus presentes. Quando a árvore cai, é a hora de começar a guerra de Limaias, enquanto as pessoas buscam os brindes. A música da Caceteira é composta por zabumba, tarol, ganzá… Com cantigas antigas e tem muita dança, tudo isso somado a espadas, busca-pés, pitus e bombas. Em 1978 um grupo de moradores mais rebeldes levaram cachaça para os cortejos, deixando o Rindú contrariado, e isso fez gerar o grupo da caceteira dos macacões, a turma que gostavam de uma farra regada a álcool.

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