Por Cleber Jr – O erotismo e o fetiche sempre existiram. Nos anos 1950, grupos de artistas e editores publicaram uma coleção de livros de bolso com literatura erótica e avançada para os padrões da época, transformando o underground da Time Square no centro obsceno de Nova York. Naquela época, a área por volta da Rua 42 era conhecida como o marco zero do submundo, mas, as pessoas viajavam até lá para comprar esses livros sujos por debaixo dos panos.

Escritores, modelos e artistas gráficos ganhavam a vida com os contos sobre mulheres sedutoras e dominadoras, com seios fartos e pontudos. Os textos misturavam ficção policial, romântica e sexualmente excitantes, com componentes pornográficos, nem sempre explícitos. A narrativa colocava o leitor como participantes da história, dando sentido e exercitando a imaginação.

Esses livros, porém, estiveram nas mãos de poucos que puderam observar os traços das mulheres sedutoras armadas e agressivas, que atraiam os homens, submissos de tesão, aos seus olhares. Eles incomodaram e rapidamente, tornaram-se foras da lei e raros, visto que políticos e pregadores religiosos fizeram de tudo para proibir as suas publicações.

Muitas dessas obras foram descobertas, reunidas e republicadas de forma oficial anos atrás.

No Brasil o mestre de publicações similares, popularmente conhecidas como revistinhas de sacanagens, foi Carlos Zefiro, o codinome do funcionário público Alcides Aguiar Caminha. Ele fez a cabeça dos adolescentes e “tarados” durante os anos 1950 a 70, com traço simples e histórias que misturavam sexo explícito com pureza, inocência e ironia social.



