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Em novo recomeço, Scott Stapp relembra sucessos e se reinventa em emocionante show

Foto: Renan Esteves

Por Renan Esteves (texto e fotos): “Essa música vai para todos aqueles que são lutadores”, disse Scott Stapp antes de começar “Survivor”, faixa de seu mais novo disco “The Space Between the Shadows”, lançado este ano e que marca uma nova fase do cantor. Falar sobre Creed seria como dividir sua história em capítulos de um filme, em que a carreira solo de Stapp seria uma espécie de spin-off, já que ainda temos o Creed como começo de tudo; o Alter Bridge, como a evolução pós-Creed; Tremonti e o próprio Scott Stapp – os dois em carreira solo.

O show começa pontualmente com o Circo Voador completamente abarrotado, diga-se de passagem, pela carreira que o Creed construiu no final dos anos 90 e início dos 2000, principalmente pelos seus três primeiros álbuns: “My Own Prison (1997)”, “Human Clay (1999)” e “Weathered (2001)”, com milhões de cópias vendidas, clipes rodando sem parar na MTV, discos de ouro e platina e até um Grammy com a canção “With Amrs Wide Open”. A pesada “Bullets” abre o concerto de Scott Stapp com um cantor totalmente de bem com a vida e disposto a fazer um grande show de rock.

Foto: Renan Esteves

Após as duas primeiras faixas, já suado, Stapp diz que voltará de onde tudo começou, sobre os acordes iniciais de “My Own Prison”, do seu disco homônimo, que aliás foi o primeiro single que colocou o Creed em evidência no que chamávamos de Post-Grunge. Scott canta, dança e pula sem parar a cada faixa, mostrando uma forma invejável aos 46 anos de idade. É inegável a presença de palco do seu principal guitarrista Yiannis Papadopoulos, que não é nenhum Mark Tremonti, mas mostra total desenvoltura a frente dos outros, mesmo com pouco tempo no grupo – inclusivem a banda inteira é nova, já que a formação foi mudando nos seus três discos.

Foto: Renan Esteves

Voltando a Papadopoulos, ele parece não sentir pressão alguma ao solar várias canções do Creed como “Overcome” e “Inside Us All”. Uma importante observação é que Stapp sente confiança no guitarrista, numa química evidente a cada faixa, seja dançando ao seu lado ou dando leves tapas em seu ombro. No entanto, não é so de Creed que o show se desenrola. O público está sedento pelas músicas que marcaram gerações, mas cantam as novas músicas do “The Space Between the Shadows” como se fossem normalmente canções de sua banda antiga. E temos de concordar que “Survivor”, “Purpose for Pain”, “Name” e “Face of the Sun” é que dão dinâmica ao show, sem fazer com que a apresentação fique maçante a ponto do público se sentir entediado.

Foto: Renan Esteves

Como um novo capítulo em sua vida, Scott Stepp viveu dramas pessoais nesses últimos anos devido aos seus vícios em álcool e drogas, chegando a ficar um bom tempo na clínica de reabilitação, da onde fugiu e chegou a afirmar que queria matar Barack Obama, na época Presidente dos Estados Unidos. O tempo passou e todas as suas angústias e medos foram canalizadas dentro do seu terceiro disco, como nas canções citadas “Name” e “Survivor”, que aproveitam o máximo de Scott Stapp na noite do Circo Voador. Antes de partirmos para a reta final, Scott relembra outro grande sucesso: “With Arms Wide Open” com o público cantando cada verso como se estivéssemos em 2000, onde a MTV Brasil vivia sua grande fase e não tínhamos a facilidade achada na internet como se tem nos dias de hoje.

Foto: Renan Esteves

A banda faz uma breve pausa e volta com “Don’t Stop Dancing” na capela, com todos os integrantes sentados num banquinho e interagindo com a plateia. Os outros também mostram um bom entrosamento, como o baterista Dango Cellan nas faixas “Face of the Sun” e “What If”; o baixista Sammy Hudson, nem tanto badalado, mas competente no baixo, e o guitarrista Ben Flanders, mostrando um pouco de fisionomia com um certo Mark Tremonti, mesmo longe de sê-lo na vida real, e que mantém a apresentação no alto nível. Diferente do que foi nos seus primeiros shows, a novidade fica por conta de “Gone Too Soon”, mais uma de “The Space Between the Shadows”, intercalando entre as duas finais: “One Last Breath” e My Sacrifice, que emociona o Circo Voador ao ser cantada do início ao fim, numa demonstração de carinho do público para com Scott Stapp e toda sua banda. De qualquer forma, nada como superar seus dramas pessoais fazendo o que gosta e levando sua mensagem ao público que sempre foi fiel e nunca deixou de acreditar em sua volta por cima. Pelo menos nesta atual turnê, Stapp mostrou que está de volta ao jogo.

Foto: Renan Esteves
Foto: Renan Esteves

Setlist:

Bullets (Creed)

World I Used to Know

My Own Prison (Creed)

Face of the Sun

Overcome (Creed)

Inside Us All (Creed)

What If (Creed)

Name

Survivor

With Arms Wide Open (Creed)

Higher (Creed)

Purpose for Pain

Bis:

Don’t Stop Dancing (Creed)

Gone Too Soon

One Last Breath (Creed)

My Sacrifice (Creed)

Foto: Renan Esteves

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