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Morricone já era cult antes do hype

Por Tom Leão – ‘Música é experiência, não ciência’, disse certa vez, Ennio Morricone, o maestro/compositor italiano, que nos deixou aos 91 anos. Mas, vale lembrar que, até uns 20, 30 anos, ele não era tão cultuado como agora. Só depois que suas trilhas para estes westerns ‘hyparam’ – quando Quentin Tarantino passou a usá-las em seus filmes -, é que Ennio foi (re)descoberto.

Tanto que, só ganhou Oscar em 2016, pela trilha de ‘Os oito odiados’, de Tarantino (antes, havia ganhado apenas uma estatueta, pela carreira). Curiosamente, é uma trilha que ele não fez, diretamente, para o filme. Já que, Tarantino usou sobras da que Morricone fez para ‘O enigma de outro mundo’ (‘The Thing’, 1982) de John Carpenter. Ennio só rearranjou.

Mas, muito antes do Taranta levar o nome de Morricone para as grandes massas, il maestro já era apreciado por bandas new wave dos 80s. Como a americana Wall of Voodoo, por exemplo, que costumava emular as guitarras e gaitas dos faroeste-espaguete em seus discos, e fazia um ‘Morricone medley’, em seus shows. Outro exemplo é a inglesa Fields of the Nephilim, cujos integrantes se vestiam de cowboys apocalípticos. Esta, usou a introdução do tema de ‘Era uma vez no Oeste’ em seu disco de estreia. A mesma introdução, é usada, até hoje, na abertura dos shows do Metallica. E, os Ramones, também usaram-na nas turnês.

Contudo, a que mais fez uso do Morricone Sound, foi a inglesa Adam & The Ants. No álbum ‘Kings of the Wild Frontier’ (1980), sobretudo, usaram e abusaram de referências do italiano. Graças a seu excelente guitarrista, o anglo- italiano Marco Pirroni. Toques de Morricone, estão presentes em diversas faixas. Destaque para ‘Los Rancheros’ (homenagem ao estranho sem nome, feito por Clint Eastwood, nos western-spaghetti de Sergio Leone, amigo de infância de Morricone). Parece trilha de filme.

Peter Hook por Luck Veloso
Peter Hook, mega fã de Morricone – foto de Luck Veloso no Teatro Rival

Já os tremollos de ‘Por uns dólares a mais’ estão, sutilmente, inseridos, em ‘Blue Monday’, clássico dance da banda inglesa New Order (o baixista, Peter Hook, é mega fã de Ennio). E, em 2008, o maestro fez um arranjo inédito para a canção ‘Dear God, please help me’, do lamentoso Morrissey. Ennio, vero gênio!

5 thoughts on “Morricone já era cult antes do hype

  1. Que legal! Muito bom ler novamente o Tom Leão, principalmente na Radio CultFM. Sou fã dos dois!

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