Led Zeppelin IV completa 48 anos de lançado

Por Cleber Junior – Estava na minha adolescência, descobrindo as novidades que vinham lá do outro lado do mundo. Eram os anos 1970, antes da globalização e da quantidade absurda de informação que temos hoje. Não sei precisar exatamente qual ano, mas, naquela época, uma coisa eu já sabia, os discos chegavam aqui, muitos anos depois de lançados lá fora.
Saía de casa em busca de rock, até ali minhas referências eram recentes e vinham do grande Big Boy, um radialista além do seu tempo e Deep Purple, super banda que já havia mudado a minha vida e meu ouvido. Eram sons iguais àqueles que eu queria comprar e ter comigo, mas, sabia muito pouco.
Entrei numa loja de discos, lá em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro, queria rock. Esporro, eu gostava de dizer. Precisava de ação para combater aquela adolescência, carente de quebrar barreiras. Carregava uma listinha com poucos nomes, entre eles Kiss, mas, o som ambiente me dominou por completo e me fez esquecer o que havia em volta e perguntar ao balconista, que disco é esse? Sem saber me dizer, ele me mostrou a capa. Nela, uma parede descascada, com um quadro pendurado mostrava um senhor, carregando tantos gravetos, que seu corpo curvava e se apoiava numa bengala improvisada de um galho de árvore. Eu quero! Vou levar!
Aquela ansiedade adolescente, muito anterior ao streaming, precisou de algum tempo até rolar na vitrola o LED ZEPPELIN IV. Na primeira faixa, Black Dog, com aquele riff desconexo de Jimmy Page e a agressividade de John Bonham, eu chapei, sem nenhuma droga ilícita. Fui perceber em seguida, que a faixa estava arranhada e a agulha saltitava, era um vinil, lembra?
Rock ‘N’ Roll veio em seguida e não é a toa que a considero a melhor musica rock, daquele que vai na veia, entorpece e leva ao Nirvana, sem trocadilho. Stairway to Heaven, Going To California, aqueles quatro símbolos, a mistura sonora de peso e delicadeza o tornou clássico e pra mim, o melhor de todos.
Hoje aos 48 anos de lançado, no dia 8 de novembro de 1971, esse álbum merece o nossa homenagem e uma audição completa, como a banda sempre achou que deveriam ser ouvidos seus álbuns. E eu precisava contar essa história.
Não consegui trocar o disco arranhado e por toda a vida ouvi Black Dog, numa versão especial, só minha, saltitante, com os ruídos característicos de uma agulha num vinil arranhado. Até chegar o CD.
Bela narrativa e boas lembranças! Fico pensando como era divertido ficar com o ouvido no rádio, tentando descobrir o nome das músicas e dos grupos de rock, para fazer aquelas latinhas escritas em pequenos pedaços de papel, e depois sair “mineirando” nas lojas de discos em buscas daqueles tesouros em forma de LP ou de compact disco. Depois era só viajar nas dimensões imaginárias através de sons e acordes fantásticos.
Bela narrativa e boas lembranças! Fico pensando como era divertido ficar com o ouvido no rádio, tentando descobrir o nome das músicas e dos grupos de rock, para fazer aquelas listinhas escritas em pequenos pedaços de papel, e depois sair “mineirando” nas lojas de discos em buscas daqueles tesouros em forma de LP ou de compact disco. Depois era só viajar nas dimensões imaginárias através de sons e acordes fantásticos.