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Gerson King Combo: Perdemos o pai do soul brasileiro

Da jovem guarda a pura black music com sotaque nacional, Gérson King Combo agora é eterno.

Gerson King Combo em fotos de Nem Queiroz

Por Andréa Alves e fotos de Nem Queiroz Gerson King Combo faleceu na noite de desta terça, 22/09, no Rio de Janeiro, aos 76 anos. O cantor foi internado após sentir-se mal e faleceu em decorrência de uma infecção generalizada e complicações da diabetes.

A súbita partida de Gerson não condiz com sua longa presença e colaboração com a música brasileira. Ele foi o responsável por enraizar no Brasil o balaço da soul music, a alma da música negra americana.

O início da carreira musical, ainda sob o nome de batismo, Gerson Rodrigues Côrtes, foi na jovem guarda participando como crooner de grupos como Renato e Seus Blue Caps e The Fevers. Mas, foi como dançarino que Gérson deu os primeiros passos no mundo do showbis. Ele chegou a coreografar as Chacretes e assinar a coreografia do show de maior sucesso de Wilson Simonal, “De Cabral a Simonal”.

Gerson King Combo em fotos de Nem Queiroz

E, através do trabalho com Simonal, Gérson teve a oportunidade de gravar seu primeiro compacto duplo (“Apaga a Luz” e “Não Volto Mais Aqui”) e viajar aos Estados Unidos. O contato com a cultura norte-americana trouxe Stevie Wonder, James Brown e King Curts para sua vida e a inspiração para adotar o nome artístico de Gerson King Combo.

No fim dos anos 60 “A Turma do Soul” foi formalizada para animar os bailes cariocas. Mas, uma onda maior estava se formando. Big Boy e Ademir Lemos, dois dos mais importantes DJs do Rio de Janeiro, começaram a tocar funk e soul americano numa casa de shows da Zona Sul da cidade, o Canecão. Era o nascimento dos “Bailes da Pesada”, o embrião das equipes de som e dos bailes funk que tomaram a Zona Norte do Rio. Gerson se tornou a estrela máxima desses bailes, onde recebeu seus títulos vitalícios de “rei dos bailes” e “James Brown brasileiro”.

Nem tudo na vida de Gerson foi sucesso. O artista amargou longos períodos de ostracismo e chegou a abandonar a carreira artística. Mas, nos últimos anos o mercado estava se redimindo com ele. Uma onda de valorização da cultura negra e com ela a música em suas vertentes (soul, rap, hip hop, funk) traziam o nome de Gerson King Combo sempre à tona como uma referência.

Esse breve resumo é para lembrar a importância de Gerson King Combo na história da nossa música, e para despertar a curiosidade daqueles que, infelizmente, só ouviram seu nome hoje. Recomendo firmemente que corram para seus aplicativos de música e ouçam o álbum homônimo, lançado em 1977, que contém o hino de sua autoria, e música de fundo para confecção desse artigo, “Mandamentos Black”.

“Divina razão pela qual amo você também, brother! Yeah!”

4 thoughts on “Gerson King Combo: Perdemos o pai do soul brasileiro

  1. Fica pra nós o silencio da voz grave que casava perfeitamente com os grooves de contrabaixo funk das músicas.
    Uma perda irreparavel.

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