Em noite mágica, Flores Astrais traz de volta à cena toda a ambiência e vitalidade dos Secos & Molhados

Por Nem Queiroz – Meus amigos, no último dia 04.10.2022 fui assistir ao show da banda Flores Astrais, que tocam Secos & Molhados. (“Cumpadi!!! Muito f!” Ops) – O talentoso vocalista, Danilo Fiani com sua voz boa, afinada, disciplinada, com seu corpo e timbre muito próximo ao do próprio e inigualável Ney Matogrosso, deixava todos inquietos. O gestual, os trejeitos, as vestes, a maquiagem, tudo, tudo era uma excelência. A começar pelo repertório: irretocável.

Quando se é uma banda cover, quer queira quer não queira, a gente sempre vai com um pé atrás! Mas não era esse o caso. Definitivamente não! Os meninos ( Luiz Lopez, violão e piano; Alan James, Baixo; Danilo Fiani, vocal; Mário Vitor, guitarra; e Rike Frainer, bateria) já andam tocando em grandes teatros (próxima parada em São Paulo), e a primeira coisa que notei foi no público.

Não era um público jovem. Eram pessoas que não pagariam para ver qualquer coisa, devido talvez a maturidade da idade ou algo do tipo, e isso já chamou a minha atenção; a outra coisa que já havia me chamado a atenção igualmente, é que era o Teatro Riachuelo e a casa não estava vazia. Temi pela responsabilidade da banda mas nem precisava. A sensação que se tinha é que aqueles meninos eram todos veteranos, todos cientes de suas funções com uma competência de gente grande.

Luiz Lopes (que toca na banda de Erasmo Carlos, o guitarrista Mario Vitor e o vocalista, Danilo Fiani, os três devidamente caracterizados em suas maquiagens, respondiam, à primeira vista, pela banda em si, mas o baterista e o baixista, (que não estavam caracterizados), numa espécie de músicos de apoio, eram tão sincronizados e tão bons, que a gente podia muito indagar por que não estavam igualmente pintados, marca registrada da banda homenageada.

Mas enfim… quando abriu-se as cortinas – sim, havia cortinas gigantescas – e o vocalista apareceu, semi nu, peito desnudo, com seus braceletes e suas tranças compridas em trajes minúsculos (sem vulgaridade alguma) brilhantes de tão brancas e impactantes, com o olhar sério e concentrado, como se sugasse a atenção de cada um, de um bom público presente, hipnotizando a todos, já podia-se dizer que eles tinham a plateia na mão.

E dali em diante o que se viu e o que restou foi uma competência para além de uma simples banda cover. Eles são mais que isso. Nota-se claramente que há um trabalho e um estudo meticuloso por trás de tudo, tamanha a graça e a beleza do espetáculo, que passa obviamente por um cantor de voz macia e forte, de gestuais não só competentes como atraentes, e para além de qualquer elogio, uma banda afiada e afinadíssima em performance e atitude (destaque para o guitarrista com solos técnicos e elegantes) e também para o repertório da banda que nos apresentou com maestria o melhor dos Secos & Molhados, basta dizer que foi deixado para o bis dois de seus maiores sucessos, “Sangue Latino” e “Vira”, digno de um Ney Matogrosso precisar saber de tão eloquente homenagem, de assistir, aplaudir e aprovar! Em uma palavra: Emocionante!
Por Nem Queiroz _ O fotógrafo observador
SETLIST
- Andorinhas
- Amor
- Assim assado
- Primavera nos dentes
- Hierofante
6., Mulher barriguda - Toada
- Patrão nosso de cada dia
- Rondó do Capitão
- Preto Velho
11 Mulher infiel - Rosa de Hiroshima
- Tecer o mundo
- Voo
- Angústia
- Prece cósmica
- Flores Astrais
- Delírio
Bis
Sangue Latino
Vira