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CCBB promove mostra completa do cineasta Federico Fellini

La Dolce Vita
La Dolce Vita – Marcelo Mastroianni e Anita Ekberg

Por Luck Veloso e CCBB – O mestre do cinema italiano Federico Fellini ganhará uma importante mostra no CCBB do Rio, logo no comecinho de 2020. Estreia no dia 8 de janeiro a homenagem aos 100 anos de nascimento do grande mestre das telas, que será celebrado em 20 de janeiro de 2020. Serão exibidos vários clássicos do cinema mundial, mostrando a novos e antigos fãs, todo o fascínio que os personagens do mundo felliniano revelam.

Anita Ekberg
Anita Ekberg

A programação, além dos filmes, terá boas surpresas, todas gratuitas: um curso de três dias – 22 a 24/01, das 14h às 16h -, com o professor e pesquisador Hernani Heffner, (inscrições pelo e-mail [email protected]); terá ainda um debate, no dia 30/1, às 19h, com Hernani Heffner e a Profª Drª India Mara Martins, com mediação de Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida e tradução para LIBRAS, e um super livro-catálogo, de mais de 400 páginas contendo artigos críticos, ensaios, entrevistas, filmografia, fotos etc. Para ganhar o catálogo, basta juntar cinco ingressos de sessões da mostra.

Federico Fellini
Federico Fellini

O evento terá início no Rio e em seguida, parte para outras cidades como ão Paulo – CCBB (26/02 a 23/03) e CineSesc (12 a 18/03) – e CCBB Brasília (24/03 a 19/04). O projeto é patrocinado pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A retrospectiva, batizada Fellini, Il Maestro, conta com a curadoria de Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida, com produção de Voa, com 24 títulos programados, incluindo a obra de estreia de Fellini, “Muheres e Luzes”, de 1950, codirigido por Alberto Lattuada, indo até o último filme do mestre, “A Voz da Lua”, de 1990. Programão para encher a vida com arte da boa!

Noites de Cabíria
Noites de Cabíria

Um dos maiores sucessos da carreira de Fellini, Amacord, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, terá uma “sessão inclusiva” no dia 29 de janeiro, às 16h, com audiodescrição, legendagem descritiva e tradução para LIBRAS. A entrada será franca.

O curador Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida destaca que “Federico Fellini é reconhecido como um dos maiores e mais influentes cineastas de todos os tempos, cujos filmes, que trazem um olhar altamente pessoal e idiossincrático sobre a sociedade, são uma combinação única de memória, sonhos, fantasia e desejo. O adjetivo felliniano é sinônimo de qualquer tipo de imagem extravagante, barroca ou fantasiosa no cinema ou na arte em geral. A Doce Vida lançou um novo termo – paparazzi, derivado de Paparazzo, o fotógrafo amigo do jornalista Marcello Rubini, vivido por Mastroianni”.

Um resumo de sua carreira – 1920 / 1993

Abismo de Um Sonho (1952) foi o primeiro longa-metragem que Fellini assinou sozinho a direção. Logo depois, em 1953, ele lançou Os Boas-Vidas (1953), que iniciou, com o Leão de Prata no Festival de Veneza, uma sucessão de prêmios em sua carreira. O primeiro Oscar de Melhor Filme estrangeiro veio com A Estrada da Vida (1954). Para Noites de Cabíria (1957), Fellini se inspirou nas notícias de uma cabeça de mulher decepada e nas histórias contadas por Wanda, a prostituta que conheceu no set de A Trapaça(1955). Noites de Cabíria ganhou o Oscar de Melhor Filme estrangeiro e, Giuletta Masina, o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes. 

O fenômeno da Hollywood no Tibre, em 1958, em que estúdios americanos lucravam com o trabalho barato em Roma, permitia que jornalistas roubassem fotos de celebridades na Via Veneto. Daí veio a inspiração para A Doce Vida (1960) um sucesso de bilheteria que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e eternizou a cena de Anita Ekberg na Fontana di Trevi.

Em carta a Brunello Rondi, Fellini esboçou suas ideias sobre um homem sofrendo de bloqueio criativo. Ele se decidiu pelo título auto-referencial 8 1⁄2, mas não sobre o que o personagem fazia para viver. Fellini narraria tudo o que lhe havia acontecido: faria um filme sobre um diretor que não sabe mais qual filme ele quer fazer. 8 1⁄2 ganhou os Oscars de Melhor Filme Estrangeiro e de Melhor Figurino.

Julieta dos Espíritos (1967) foi seu primeiro filme a cores. Em março de 1971, Fellini começou a produção de Roma, coleção aleatória de episódios inspirados pelas memórias e impressões do diretor sobre a cidade. 

Em 1973, Fellini dirigiu Amarcord, vagamente baseado em seu ensaio autobiográfico “Minha Rimini”. Em 1989, realizou A Voz da Luz, seu último filme. Em 1993, Fellini ganhou um Oscar Honorário, em reconhecimento pela sua carreira. 

“A grande descoberta de Fellini após seu período neo-realista foi o trabalho de Carl Jung. Depois de conhecer o psicanalista Ernst Bernhard, no começo dos anos 1960, Fellini leu a autobiografia de Jung, Memórias, Sonhos, Reflexões, e experimentou LSD. Bernhard também recomendou que Fellini consultasse o I Ching e mantivesse um registro de seus sonhos. O foco de Bernhard na psicologia junguiana provou-se a maior influência no estilo maduro de Fellini e marcou o ponto de virada em sua obra do neo-realismo para o onírico. Como consequência, as ideias de Jung sobre o anima e o animus, o papel dos arquétipos e o inconsciente coletivo influenciou diretamente filmes como 8 1⁄2 (1962), Julieta dos Espíritos (1965), Fellini Satyricon (1969), Casanova de Fellini (1976) e Cidade das Mulheres (1980)”, comenta o curador Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida. 

Federico Fellini morreu em Roma, em 31 de outubro de 1993, ao 73 anos, de ataque cardíaco, um dia depois da celebração dos 50 anos de casamento com Giulietta Masina. O funeral, no Estúdio 5 da Cinecittà, seu favorito, atraiu 70 mil pessoas. Cinco meses depois, Giulietta faleceu de câncer no pulmão. Fellini, Masina e o filho Pier Federico estão enterrados na entrada principal do cemitério de Rimini. 

Veja abaixo a lista completa e todas as informações da mostra:

A Voz da Lua

OS FILMES DA MOSTRA

·      A Voz da Lua (La voce della luna, 1990, 122 min) Direção: Federico Fellini 
·      Entrevista (Intervista, 1987, 108 min) Direção: Federico Fellini 
·      Ginger e Fred (idem, 1986, 125 min) Direção: Federico Fellini 
·      E la Nave Va (idem, 1983, 132 min) Direção: Federico Fellini 
·      Cidade das Mulheres (La città delle donne, 1980, 139 min) Direção: Federico Fellini 
·      Ensaio de Orquestra (Prova d’orchestra, 1978, 70 min) Direção: Federico Fellini 
·      Casanova de Fellini (Il Casanova di Federico Fellini, 1976, 155 min) Direção: Federico Fellini 
·      Amarcord (idem, 1973, 123 min) Direção: Federico Fellini 
·      Roma de Fellini (Roma, 1972, 120 min) Direção: Federico Fellini 
·      I Clowns (idem, 1970, 92 min) Direção: Federico Fellini 
·      Satyricon de Fellini (Fellini – Satyricon, 1969, 129 min) Direção: Federico Fellini 
·      Fellini: A Director’s Notebook (1969) Direção: Federico Fellini 
·      Histórias Extraordinárias (Histoires extraordinaires, 1965, 121 min) Direção: Federico Fellini, Roger Vadim e Louis Malle 
·      Julieta dos Espíritos (Giulietta degli spiriti, 1965, 137 min) Direção: Federico Fellini 
·      81⁄2 (idem, 1962, 138 min) ·      Boccacio 70 (idem, 1962, 205 min)Direção: Federico Fellini, Vittorio De Sica, Luchino Visconti e Mario Monicelli 
·      A Doce Vida (La dolce vita 1960, 174 min) Direção: Federico Fellini 
·      Noites de Cabíria (Le notti di Cabiria, 1957, 110 min) Direção: Federico Fellini 
·      A Trapaça (Il bidone, 1955, 113 min) Direção: Federico Fellini 
·      A Estrada da Vida (La strada, 1954, 108 min) Direção: Federico Fellini 
·      Os Boas-Vidas (I vitelloni, 1953, 107 min) Direção: Federico Fellini ·      Amores na Cidade (L’amore in città 1953, 115 min)Direção: Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Alberto Lattuada, Carlo Lizzani, Dino Risi, Francesco Maselli, Cesare Zavattini 
·      Abismo de Um Sonho (Lo sceicco bianco, 1952, 86 min) Direção: Federico Fellini 
·      Mulheres e Luzes (Luci del varietà, 1950, 93 min) Direção: Federico Fellini e Alberto Lattuada.

Fellini, Il Maestro

Patrocínio: Banco do Brasil
Apoio: CineSesc SP, Cinemateca do MAM e Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro
Curadoria: Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida

Produção: Voa
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil

www.bb.com.br/cultura
Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
De 8 de janeiro a 3 de fevereiro de 2020
Rua Primeiro de Março 66, Centro, tel (21) 3808-2020 
Salas de Cinema 1 (98 lugares)  
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (meia entrada) 

www.twitter.com/ccbb_rj – www.facebook.com.br/ccbb.rj

One thought on “CCBB promove mostra completa do cineasta Federico Fellini

  1. Nesses tempos sombrios, essa mostra é um antídoto.
    (Só corrijam a legenda da primeira foto: Dolce vita)

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