Doutor Estranho no Multiverso da Loucura
Por Ipitácio Oliveira – Sam Rami é um cineasta cheio de senso de humor e ágil em suas produções, pois quando começou a ter nome no mercado com Evil Dead (1981), filme que deu um novo caminho para o gênero de terror, devido a sua abordagem mais crua e gore ( sangue e vísceras), recebeu louvores por suas inovações e coragem em executá-las.
O diretor já teve experiências com adaptações de personagens de HQ para o cinema com Darkman – Vingança sem Rosto (1990), mas sem muito alarde, apesar te obtido elogios. E nesse mesmo período (anos 1990) continuou trabalhar como produtor e roteirista em diferentes projetos. Mas com a trilogia do Homem-Aranha (2002-2007) conquistou um pódio invejável dentro do mercado cinematográfico.
Após um momento afastado (antes fez Oz: Mágico e Poderoso – 2013), Rami retorna como diretor em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Disney/Marvel – 2022), no qual aproveitou para fazer uma nova abordagem do personagem, que acabou tornando-se significativa.
Como os filmes anteriores da editora Marvel possuem um enredo cheio de ação e os personagens têm uma vida muito agitada que inclui a missão de sempre salvar a humanidade de algum perigo eminente, Dr Estranho (Benedict Cumberbatch) , dessa vez luta contra uma companheira Feiticeira Escarlate/ Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) que na trama está obcecada por seus filhos, que são inexistentes.
E como a personagem não aceita essa condição, extrapola os limites de sua realidade em busca de seus filhos imaginários em outros universos, mas a consequência desse ato exagerado, ocasiona feridas nos locais que se locomove e cabe a Stephen Strange a evitar um estrago irreversível.
Sam Raimi conduz a história sem deixar algum erro ou buraco na trama, o que favorece a curiosidade com o longa, apesar das constantes mudanças entre os mundos (ou multiversos) em que os personagens transitam, que acabada dando sentido de urgência em toda a história. Essa inquietação é representada com uma bela direção de arte e excêntricos efeitos visuais. Estranho é Sam Raimi em sua essência: sustos, clima sombrio, trama intrigante, monstros e seu peculiar senso de humor.
Esses elementos deixam Doutor Estranho como a figura vital do mundo fictício da Marvel no cinema, porque Estranho é o personagem responsável pelas mudanças no destino de todos os heróis desse universo.
Com o seu final ambíguo e a brecha gigante deixada aberta, teremos novos conflitos entre o bem e o mal nas telas do cinema pelos próximos anos. Já que no mundo da editora considerada a casa das ideias, tudo muda em um estalar dos dedos.
Em tempo: divertido filme.