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Coringa: novo filme é visceral e nada polido

Por Ipitácio Oliveira – Já contemplado com um Leão de Ouro pelo Festival de Veneza, o filme Coringa (Joker — 2019) , dirigido por Todd Phillips (Se Beber, Não Case!) coleciona inúmeros elogios tanto dos fãs quanto da crítica, além de abrir um debate em relação de como o longa expõe a violência que se vê em tela. Uma abordagem quase incomum associado a uma adaptação para o cinema de uma obra literária originalmente criada para ser uma história em quadrinhos, esse tratamento causou espanto em parte de sua plateia.

Na trama assistimos a transformação da vida do sofrido Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) que trabalha como palhaço de rua para se manter e sobreviver em uma cidade extremamente violenta, que está à beira da falência, e além de cuidar da saúde frágil de sua mãe, e tendo em
paralelo, uma possível guerra entre a população excluída e o governo. Junto com esse caos e sem um tratamento adequado, Fleck tenta em vão manter uma vida comum, mas devido a sua condição e aos problemas envolta, tudo desmorona em questão de dias.

Aqui, Phillips faz com destreza ao apresentar um indivíduo sobrecarregado de dilemas pessoais em uma sociedade caótica e completamente apática, a retratação é dada de forma crua e em uma progressão quase sufocante. A cidade é praticamente um inferno na terra, não há vestígio de alguma esperança, apesar da bela fotografia e de sua direção de arte, a metrópole não é nada amigável.

Os relatos de surpresa com os atos do personagem são corretos, pois a atmosfera proporciona tal comportamento e espanto nos expectadores. Há uma discreta aparição do personagem Bruce Wayne (Dante Pereira-Olson) ainda criança, e outros elementos do universo da editora DC Comics, mas sem muita exposição, deixando prevalecer os motivos da insanidade do futuro vilão de Gotham City.

O público mais hardcore das HQs, pode se vislumbrar com “Coringa” pelo fato do longa, se inspira na vertente adulta dos quadrinhos (as Graphic Novels), e principalmente pela coragem dos produtores, em apresentar uma obra ousada e quase original. Quem espera um filme mais polido e amistoso, pode ter um desprazer com “Coringa”.

O ator Joaquin Phoenix expõe o seu melhor (e talvez o mais marcante) personagem em sua carreira, e é bem provável que receba uma indicação Oscar de melhor ator.

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