Badke fala sobre novo álbum e reencontro com fãs; confira entrevista

Por Junior Abreu – O músico carioca Henrique Badke (Carbona/Barneys) lançou em março seu segundo álbum solo, “Libra, Libre, Lubre”, que traz participações de Frank Jorge, no single “Novas Cepas”, e Tor Tauil, vocalista do Zumbis do Espaço, na faixa “Passou da Idade”. Já conhecido no meio hardcore, Badke reaparece neste disco com uma pegada totalmente diferente, fazendo um rock n’roll cheio de violões e influências do rock gaúcho, mas sem perder a essência do punk rock. Para conferir este e os trabalhos anteriores, clique aqui.
O artista, que faz no próximo dia 3 de junho uma única apresentação em Vila Velha (ES), conversou com nosso parceiro, o músico e produtor Junior Abreu. Confira abaixo o flyer da apresentação e a entrevista completa:

Junior Abreu: No momento, parece que passamos pelo pior. Olhando pra trás, como a pandemia abalou sua vida artística?
Henrique Badke: A pandemia serviu definitivamente para repassar e refletir, sobre o papel da musica na minha vida. Se por um lado, da noite para o dia, me vi impossibilitado de ir à shows, acompanhar artistas de perto, ensaiar e fazer shows – que sempre foram coisas que, por escolha, trouxe sentido pra minha vida desde os 15 anos -, por outro, me vi com tempo para mergulhar internamente e renovar o prazer que sempre tive de compor e trabalhar em três álbuns, lançados durante o período de confinamento.
Acredito que serviu para dar ainda mais valor a algo que sempre foi central na minha vida e, também, para abrir novas portas através do trabalho que venho fazendo em paralelo ao Carbona.
JA: O Badke se mostrou muito produtivo nos últimos tempos. Também há inspiração nos momentos sombrios?
HB: Sem dúvida alguma! Na verdade, a experiência de compor veio construindo uma forma própria de narrar coisas. Ou pelo menos, sempre foi o desafio que eu colocava pra mim mesmo. A composição pode narrar tempos difíceis ou tempos amenos, dores ou alegrias. Não há tempo ruim para compor! E a pandemia mostrou um pouco disso.
JA: Um belo fruto dessa inquietude, é o EP “músicas de Instagram, já que não haverá amanhã”. Passou pela sua cabeça que realmente poderia não haver um amanhã??
HB: Acho que num pais com quase 1 milhão de mortos na pandemia, não é difícil fazer este tipo de questionamento. Mas vejo também que a urgência dos temas que envolvem um viver melhor para a sociedade, não cessam com a pandemia. Definitivamente não.
Acho que a pandemia é aquela merda a mais que vem para testar estruturas e mentes mas, os desafios são urgentes e enormes.
As musicas curtas nasceram nesse formato talvez mais pela minha urgência em fazer musica. Uma certa ansiedade criativa, já que pouco antes da pandemia eu já vinha me questionando se a porção musica, não vinha diminuindo na minha vida.
JA: E com todo esse “novo” processo de produção fonográfica, como isso impactou em sua carreira?
HB: Na pandemia comecei a produzir a distância, com ajuda do produtor porto-alegrense Davi Pacote. Juntos, acabamos chegando num formato que vinha buscando desde 2015, quando lancei o EP “Espaço ciferal”, mas que sozinho não tinha chegado naquilo que queria.
A intensidade da pandemia, com a ajuda dele, me levou a fazer testes e ir avançando até chegar neste formato que mistura, minha trajetória do punk rock com bandas lookout , a admiração pelos artistas do rock gaúcho, no qual me reconheço bastante.
A partir dai, depois de fazer quase 60 lives no período, tinha feito uma promessa pra todos que apareciam nas lives e pra mim mesmo: que iria encontrá-los em suas cidades, passada a pandemia. E é neste ponto que estou: Viajando violão e voz, para viabilizar a circulação, com foco na canção. Viola, voz, letra, melodia e o principal de tudo: os encontros prometidos.
JA: Como tá a agenda de shows?
HB: A agenda de shows está intensa, o que me deixa feliz. Estou neste momento voltando de Uberlândia (MG), enquanto espero no aeroporto e faço esse bate papo. Nos dias 3 e 4 de junho estarei no Espírito Santo (Vila Velha e Cachoeiro). Nos dias 17 e 18, também em junho, tenho shows com Frank Jorge no Rio e São Paulo e ate aqui, já passei por Curitiba, São Paulo, Salvador, São José dos Campos (SP), São Leopoldo (RS), Veranópolis (RS). E acho que foi tudo até aqui.
JA: Tem planos para coisas novas com o Carbona??
HB: O Carbona se prepara para fazer datas de show até o fim do ano. Com shows marcados em Belo Horizonte, dia 2 de julho e Hangar 110, em São Paulo, dia 9 de julho. Temos um single inédito gravado para lançar e temos planos de gravar um novo álbum.
Para acompanhar a agenda, acesse https://www.instagram.com/badke_henrique/