Avatar: O Caminho da Água — Continuação mantém o impacto visual e apresenta história sobre família
Por: Ipitácio Oliveira
Quando o primeiro Avatar estreou nos cinemas no ano de 2009, o filme foi recebido com uma grande surpresa, principalmente pela inovação em seu visual e pelo uso correto da tecnologia 3D, que nesse longa, o diretor James Cameron acabou ajudando a tornar comum nas salas de cinema posteriormente.
Por esse filme James Cameron concorreu a nove Oscars, levando apenas três e tirando Titanic (1997) do posto de maior bilheteria do cinema. Avatar arrecadou aproximadamente 2,9 bilhões de dólares.
Em Avatar: O Caminho da Àgua (20th Century Studios/Disney 2022) é uma continuação direta do filme anterior com alguns acréscimos de personagens e um complemento dentro da história, além de uma expansão do universo do longa, que contribui com o significado do meio em que os personagens vivem.
Após um conflito em que resultou em perdas irreparáveis e tendo uma vida aparentemente tranquila em Pandora, o ex-humano e agora um Na’vi Jake Sully (Sam Worthington) e sua esposa Neytiri (Zoë Saldaña) se veem obrigados a mudar com sua família para uma outra parte do planeta, devido a volta da corporação R.D.A. — da qual Jake Sully fazia parte — que procura terminar o seu trabalho de exploração ambiental.
Com essa premissa bem simples, James Cameron consegue manter o ritmo e apresentar um longa cheio de detalhes, com uma narrativa leve que segura a atenção do espectador pelas 3 horas e 12 minutos de duração. Apesar da exibição extensa, não há indicio de nenhum cansaço.
O visual que possui uma produção bem cuidadosa, renova em várias partes o CGI (sigla para imagens geradas por computador) do filme precedente, que aqui nessa segunda parte se apresenta com novas texturas, volume, cores e expressões corporais. Deixando tudo mais orgânico e vivo.
Além da parte técnica caprichada e com uma mensagem bem humanista, O caminhos da Água reflete sobre como usamos os bens naturais dos quais temos acesso, a relação interpessoal, a convivência com a diferença e a união entre os povos. Porém sem um discurso panfletário ou levantar algum tipo de bandeira.
Apesar dos momentos mais agitados e de ação de tirar o folego, o principal do longa, são os personagens e como eles lidam com vários aspectos em suas vidas como: as perdas, mudanças forçadas de rotina, as conquistas, decisões de liderança, amadurecimento, família e futuro.
O imbróglio na trama em conjunto com a eminente batalha que se reconstrói durante a projeção, induz a uma nova formação entre os nativos de Pandora, que serão obrigados a enfrentar uma guerra que não desejavam.
Sendo um acréscimo para uma história que está dividida em cinco partes, James Cameron deixa a sua mensagem em um de seus trabalhos mais ambiciosos dentro da indústria no áudio visual e mostrando que as produções de grande porte (o famoso cinemão), ainda se encontram ativas e podendo contar histórias épicas através de filmes comerciais.
Avatar pode indiretamente, mostra o um novo caminho que o tão criticado cinema pode seguir nos próximos anos.